A Polícia Civil apreendeu, nesta terça-feira (17.12), em Rondonópolis, 34 tabletes de maconha durante o cumprimento de mandados da Operação Decretados contra investigados por sequestrar e torturar um casal na cidade.
Os entorpecentes estavam enterrados em uma chácara na região do bairro Pedra 90. Com auxílio do canil da Polícia Federal, que colaborou com a operação, policiais da Delegacia de Homicídios de Rondonópolis localizaram os tabletes de maconha. A droga estava enterrada em uma caixa térmica, nos fundos da chácara, no meio de um capinzal.
Dentro do imóvel foi feita a apreensão de outra porção de maconha e uma de cocaína e balança de precisão. No endereço estavam três pessoas, dois homens e uma mulher, que foram conduzidos em flagrante pelo crime de tráfico de drogas. Um dos conduzidos foi alvo ainda de mandado de prisão da Operação Decretados.
Na casa, os policiais civis encontraram também 111 cartões bancários usados em aplicação de golpes de estelionato.
Foram deferidos pela Justiça 14 mandados judiciais, sendo nove de prisão temporária e cinco de busca. Cinco investigados foram presos até o momento e os demais seguem sendo procurados.
A operação é resultado de uma investigação da Polícia Civil em Rondonópolis para apurar o sequestro e tortura de um casal, ocorrido em 8 de dezembro do ano passado.
O casal foi capturado por um grupo criminoso e levado a uma região conhecida como Bica d’Água, em Rondonópolis. Carlos Eduardo dos Santos Moura, de 20 anos, foi submetido a um ‘julgamento’ e depois torturado com agressões físicas, com o uso de palmatória nas mãos, porque se negou a fazer um serviço para uma facção criminosa.
Em outubro deste ano, Carlos Eduardo foi morto dentro de sua residência, no bairro Maria Amélia, quando criminosos invadiram a casa e dispararam contra o rapaz na frente de sua família.
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Os investigados vão responder pelos crimes de tortura, organização criminosa e tráfico de drogas.
A operação contou com apoio de equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Polícia Federal de Rondonópolis e da Delegacia de Poxoréu.
Com idades entre 50 e 70 anos, moradores da comunidade Agrovila das Palmeiras, na região da Serra de São Vicente, em Santo Antônio do Leverger, têm conquistado a alfabetização por meio do Programa Mais MT Muxirum.
O Mais MT Muxirum, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), é um programa de alfabetização de jovens e adultos que deixaram de estudar na infância e adolescência por algum motivo. A iniciativa oferece 270 horas de aulas, distribuídas ao longo de seis meses, com uma carga horária mínima de 10 horas semanais.
“Nunca tive a oportunidade de estudar, é a primeira vez que tenho contato com a escola. Estou feliz porque agora sei escrever o meu nome e sei contar dinheiro”, disse a moradora Lourdes da Silva, de 60 anos.
Para a alfabetizadora Rosineide da Silva, de 35 anos, é gratificante o ato de ensinar pessoas idosas a escrever palavras simples, ou até mesmo saber identificar o valor de cada nota de dinheiro. Ela é sobrinha de Maria de Lourdes.
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“2024 foi o primeiro ano no qual trabalhei como alfabetizadora e foi a melhor escolha. Recebi a proposta da nossa coordenadora, aceitei e começamos a fazer a busca ativa pelos alunos que realmente precisavam e queriam. Como aqui na comunidade todos conhecemos um ao outro, então, não ficou difícil”, explicou Rosineide.
Segundo a coordenadora do projeto na Agrovila, Vanessa Goncalves Garcia, por se tratar de uma comunidade rural, muitos moradores não tiveram a oportunidade de estudar. “Hoje, temos alunos de 71 anos, por exemplo, que estão felizes da vida por saber contar dinheiro. O projeto Muxirum é uma transformação na vida das pessoas”, acrescentou.
Atualmente, na região da Agrovila das Palmeiras, são 25 alfabetizadores. 300 membros da comunidade rural já se inscreveram para a edição 2025 do programa. Todos compartilham o sonho de continuar os estudos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e conseguirem a formação de ensino médio.
É o caso da dona Joana Darker de Assis, de 61 anos, que planeja fazer o EJA, após ter aprendido a ler e escrever pelo MT Mais Muxirum.
“Quando era criança, não fui para escola porque tinha que ajudar meus pais na roça. Não tive acesso à escola. Então, em cada aula que temos hoje, eu valorizo, estou sempre disposta a aprender. Penso em me formar para poder dizer que tenho o ensino médio”, contou.
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Há três anos como alfabetizadora pelo programa MT Mais Muxirum, Ediumar Costa, de 43 anos, afirmou que não é difícil ter uma formação mesmo com a idade avançada.
“Quando aceitei a missão achei que eu ia ensinar, mas acaba que eles me ensinam muito mais. São pessoas já vividas, que têm dificuldades no aprendizado, mas que têm esforço para aprender e não colocam dificuldade”, finalizou.
A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), por meio do Projeto MT Mais Muxirum, trabalha com a meta de alfabetizar 17.436 pessoas com idade acima de 15 anos que, por algum motivo, deixaram de estudar.
Desde 2021, o projeto já alfabetizou 70 mil pessoas. Em 2024, mais de 18 mil participantes foram inscritos, abrangendo 142 municípios.
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O investimento total do programa para 2025 é de R$ 16,4 milhões, somando um investimento total de R$ 47,7 milhões, desde 2021.