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Saúde mental de servidores prisionais é foco de projeto do MPMT

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O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por meio do Centro de Apoio Operacional (CAO) da Execução Penal com apoio de outras instituições, tem promovido ações com foco em saúde mental e bem-estar em unidades penitenciárias de Cuiabá e Várzea Grande para colher depoimentos, opiniões, sugestões e contribuições de servidores do sistema prisional sobre a temática, a fim de desenvolver caminhos para a construção de um ambiente de trabalho mais humano, seguro e acolhedor. Nesta sexta-feira (6), a iniciativa foi apresentada aos profissionais da Penitenciária Central do Estado (PCE).“Sempre tivemos a preocupação de pensar em ações destinadas àqueles que cumprem pena — mais especificamente os egressos, que são os que saem do sistema — devido às poucas chances de recuperação. Daí o projeto “Reconstruindo Sonhos”. Entretanto, era preciso também voltar o olhar a quem atua no sistema penitenciário, não apenas aos policiais penais, mas a todos os profissionais de nível superior, assistentes e técnicos, ou seja, todos que trabalham dentro do sistema. Sabemos que a justiça não se completa quando cuidamos somente de uma parte; é fundamental cuidar do todo”, afirmou a procuradora de Justiça da 31ª Procuradoria de Justiça e coordenadora do CAO da Execução Penal, Josane Fátima de Carvalho Guariente.A ideia é promover encontros dinâmicos, com atividades interativas de conexão, reflexão e participação coletiva, onde as dificuldades e os anseios são ouvidos com a garantia de sigilo. Dentro do escopo previsto está a realização de reuniões que estimulem o debate de pautas relacionadas à família, trabalho e bem-estar; comunicação e resolução de conflitos; valorização e dignidade no exercício da profissão; espiritualidade e propósito; saúde mental e autocuidado; liderança e trabalho em equipe; mulheres na segurança pública; provisionamento financeiro e aposentadoria; perspectivas de futuro, missão e planejamento de vida.Para a secretária adjunta de Administração Penitenciária, Hermínia Dantas de Brito, a medida é vista com bons olhos, uma vez que esses profissionais são parte essencial do processo de transformação do ser humano, e objetiva atender aos anseios de anos da categoria.“Eu sou servidora há 21 anos e comecei nesta unidade [PCE], então, é ter esperança de que o profissional vai ser ouvido. Esse projeto vem justamente como uma resposta aos servidores do sistema penitenciário. É o despertar do valor do profissional, porque ao longo dos anos ele vem sendo esquecido, e hoje não, hoje ele é visto, vai ser escutado, consegue opinar e pode falar o que precisa. Eles vão entender a importância deles enquanto profissionais e enquanto seres humanos”, disse.É primordial frisar que a iniciativa não se configura como terapia. Trata-se da abertura de caminhos para abordar a necessidade do tema e erradicar preconceitos. Para a auxiliar do CAO de Execução Penal e psicóloga, Vitória Yoshida, apesar de o projeto não ser uma terapia, muitas vezes, pode ser terapêutico.“A pessoa vem, se sente confortável, e isso pode abrir portas positivas na vida dela que nem podemos imaginar, seja na família, no serviço e nas relações interpessoais. Passamos grande parte do tempo no trabalho e muitas pessoas fazem as coisas no modo automático e não veem a saúde mental, dizem ‘isso é frescura’. Temos que desmistificar os pré-conceitos para apresentar o que é, o que pode ser transformado, e sei que vidas serão impactadas de um jeito incrível”, contou Vitória.Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (Sindspen), Ricardo Henrique Paz Feitosa, no convívio em sociedade todos têm o hábito de dizer que estão bem, até ficarem diante de um profissional, seja ele psicólogo ou psiquiatra, e começarem a falar do cotidiano. “Por trás dessa farda, por trás do dia a dia desse profissional, existe um pai de família, um esposo, uma esposa, que está trabalhando e tem sua angústia. Costumamos falar que não somos máquinas; somos seres humanos que estamos cumprindo o dever público e voltados a fazer o melhor. Quando um servidor é diagnosticado e encaminhado para a terapia, pode-se evitar que algo maior ou pior aconteça dentro da unidade. […] A autoestima do trabalhador tem que estar boa para que ele possa prestar um bom serviço”, pontuou.De acordo com a gerente de Saúde e Segurança da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), Mara Magri, a pasta — criada há seis meses — já apresenta números expressivos relacionados à saúde dos profissionais. “Cerca de 700 servidores já se afastaram por algum problema de saúde. Lembrando que, desse montante da secretaria, temos o sistema penitenciário e o socioeducativo, que totalizam 4.182 servidores. Desse total de afastamento [700 afastados], aproximadamente 80% são por saúde mental. E hoje a saúde mental está em foco, está sendo vista como importante e como necessária”. A gerente de Apoio Administrativo e Penal da PCE, Angélica Rodes, que atua há 20 anos no sistema penitenciário, destacou que mesmo que o perfil do labor seja estimulado frequentemente, lidar com as individualidades de cada um é necessário e tem sido a prioridade da gestão. “Nós temos uma carga de jornada intensa, e acaba que essa mecanização acontece muito em nossa profissão porque somos acostumados a chegar, produzir, entregar o trabalho e ir para nosso lar. E, às vezes, é lá que vamos sentir as mazelas que vamos acumulando. Cada dia aqui é uma novidade, nunca é uma rotina”, salientou.

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Fonte: Ministério Público MT – MT

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MPMT capacita 120 profissionais da Educação em Rondonópolis

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Cerca de 120 profissionais da educação que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas unidades da rede municipal de Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá) participaram, na terça-feira (10), de uma formação promovida pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no âmbito do projeto estratégico institucional “Abraçando as Diferenças – Escola para Todos”. A formação foi conduzida pela promotora de Justiça Patrícia Eleutério Campos Dower, titular da 4ª Promotoria de Justiça Cível de Rondonópolis e coordenadora adjunta do Centro de Apoio Operacional (CAO) de Educação.A capacitação, solicitada pelo Departamento de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação de Rondonópolis, reuniu professores, coordenadores e diretores nos períodos matutino e vespertino, no auditório da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).“Foi um momento muito importante porque, a um só tempo, foi possível repassar informações de qualidade sobre a legislação estruturante da educação especial na perspectiva inclusiva aos profissionais e diagnosticar a realidade do atendimento local. Isso vai nos ajudar na sensibilização do gestor quanto à importância de normatizar a política municipal, viabilizando um planejamento responsável, com reserva de recursos orçamentários, para alcançarmos o serviço de excelência que essas crianças e adolescentes merecem”, afirmou Patrícia Dower.A gerente do Departamento de Educação Inclusiva do Município, Geicivani Fernandes, revelou que a formação foi cuidadosamente planejada. “Queremos fortalecer ainda mais o trabalho que desenvolvemos em favor da inclusão e do Atendimento Educacional Especializado. A presença de cada professor, coordenador e diretor foi essencial. Sabemos o quanto a rotina escolar é exigente, e a participação de todos demonstra um compromisso genuíno com uma educação mais humana, justa e acessível”, argumentou.Geicivani Fernandes também agradeceu à promotora de Justiça Patrícia Eleutério Campos Dower, que conduziu a formação. “A fala da promotora Patrícia foi muito além da técnica. Ela trouxe escuta, sensibilidade e um olhar verdadeiramente comprometido com a causa da inclusão. Que este encontro nos inspire e nos fortaleça na caminhada”, considerou.Sobre o projeto – Conforme a promotora de Justiça, o projeto “Abraçando as Diferenças – Escola para Todos” é desenvolvido pelo MPMT com o objetivo de assegurar uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa, com promoção de oportunidades de aprendizagem. A iniciativa é da Procuradoria de Justiça Especializada de Defesa da Cidadania, Consumidor, Direitos Humanos, Minorias, Segurança Alimentar e do Estado Laico, em parceria com os CAOs de Educação e de Defesa da Pessoa com Deficiência, e está formalizada no Planejamento Estratégico Institucional (PEI) como projeto estruturante para o biênio 2024/2025.

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Fonte: Ministério Público MT – MT

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