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CST da Genética discute regularização fundiária e segurança jurídica no campo

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A Câmara Setorial Temática (CST) da Genética na Criação de Zebuínos realizou reunião, nesta segunda-feira (9), para discutir temas centrais para o desenvolvimento do setor agropecuário em Mato Grosso. Em pauta, a situação da regularização fundiária no estado, a emissão de títulos definitivos aos produtores rurais e o andamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), além dos impactos diretos desses processos na segurança jurídica no campo.

A regularização fundiária é um dos principais entraves enfrentados por produtores, afetando o acesso ao crédito, segurança sobre a posse da terra e investimentos de longo prazo. Durante o encontro, foram discutidas medidas para acelerar a titulação e tornar o ambiente mais seguro para o produtor mato-grossense.

Para debater o tema, a CST convidou duas autoridades diretamente envolvidas no assunto. Representando o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), participou o diretor de Regulação Rural, Danilo Fernandes, que apresentou um panorama das ações do órgão, avanços na emissão de títulos e os desafios ainda enfrentados.

O outro tema foi apresentado pelo Consultor Técnico do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Tassio Bizelli. Ele apresentou o Programa de Reinserção e Monitoramento (PREM), iniciativa voltada à requalificação de produtores rurais que tiveram restrições comerciais junto a frigoríficos.

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Para o diretor de Regulação Rural do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Danilo Fernandes, a regularização fundiária é um tema transversal a todas as cadeias produtivas e essencial para garantir segurança jurídica no campo. “Independentemente da atividade, seja pecuária ou agricultura familiar, a regularização fundiária traz estabilidade para quem produz. Além da regularização fundiária, temos também a questão ambiental, que está diretamente ligada à segurança alimentar e ao licenciamento das atividades produtivas”, afirmou Fernandes.

Danilo também apontou os principais entraves do processo, com destaque para a burocracia legal. “Hoje, para titular uma área, é necessário passar por várias etapas, cartório de registro de imóveis, autorização da Assembleia Legislativa em alguns casos, entre outros órgãos. Isso torna o processo lento e complexo, impactando diretamente o setor produtivo. Precisamos avançar em estrutura, com mais pessoal e revisão de procedimentos, para dar agilidade à entrega dos títulos”, explicou Danilo Fernandes.

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O Instituto de Terras de Mato Grosso avançou significativamente na regularização fundiária em 2024. De acordo com Fernandes, foram emitidos 4.432 documentos fundiários, entre títulos e certidões, ao longo do ano. Do total, 55% correspondem a certidões de usucapião, instrumento jurídico que reconhece a posse da terra a produtores que ocupam a área de forma contínua e legítima.

“O Intermat entregou 877 títulos definitivos, regularizando assentamentos e áreas devolutas no estado. As áreas regularizadas somam cerca de 12 mil hectares em regiões rurais de Mato Grosso. Esses números refletem o esforço do Estado em promover a segurança jurídica no campo”, disse Fernandes.

Em 2023, conseguimos regularizar mais de 112 mil hectares de terras públicas, mas a demanda ainda é muito maior. Há também áreas que são de competência federal, o que acrescenta outra camada de dificuldade”, completou.

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Segundo Tassio Bizelli, o objetivo é reintegrar esses produtores ao mercado formal da carne por meio de acompanhamento técnico e melhoria de práticas produtivas. “O PREM permite que o produtor, após análise de elegibilidade, possa voltar a comercializar com frigoríficos em um prazo curto, de 30 a 40 dias, o que gera impactos positivos para toda a cadeia produtiva”, explicou Bizelli.

Tássio também destacou o projeto Passaporte Verde, do Imac, que foca em sustentabilidade e inovação, com ações como o incentivo ao melhoramento genético. “A proposta é levar tecnologias ao campo que aumentem a qualidade da carne produzida, com maior valor agregado, abrindo portas para novos mercados”, afirmou. Ele orientou que os produtores interessados podem procurar frigoríficos parceiros ou acessar diretamente o site do Imac para iniciar o processo de adesão ao PREM.

O presidente da CST, José Esteves Lacerda, destacou que, apesar de Mato Grosso ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, a insegurança jurídica ainda representa um grande obstáculo para o crescimento do setor. Segundo ele, a ausência de regularização fundiária, as indefinições sobre áreas indígenas e a instabilidade nas normas ambientais geram incertezas que afetam diretamente o produtor.

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“O agricultor precisa esperar anos para conseguir um licenciamento ambiental. Isso trava a produção, atrapalha a comercialização e desestimula investimentos. O problema não é o produtor, nem o indígena, ambos são vítimas de um sistema externo, complexo e ineficiente”, afirmou Lacerda.

Lacerda enfatizou que o produtor rural sabe produzir com eficiência e já demonstra isso em números expressivos. “Da porteira para dentro, o produtor mato-grossense produz com excelência. Mas da porteira para fora, enfrenta dificuldades no licenciamento, no sistema financeiro e em diversos órgãos de controle”, disse.

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Ele citou o avanço da pecuária como exemplo de como o Estado pode crescer com segurança jurídica. “De 2022 a 2024, a produtividade da pecuária aumentou em duas arrobas por boi. Só em 2024, com 7,5 milhões de cabeças abatidas, isso gerou R$ 4,5 bilhões a mais na economia. Isso é bom ou ruim para o Estado? É geração de renda, emprego, impostos e desenvolvimento. Precisamos transformar produção em industrialização e deixar de ser apenas exportadores de commodities”, concluiu Lacerda.

O relator da CST, Alexandre El Hage, presidente da Associação dos Nelores de Mato Grosso, destacou que a iniciativa da câmara visa não apenas o avanço da produtividade, mas também garantir a permanência do homem no campo, com lucratividade para pequenos, médios e grandes produtores.

“É por meio da tecnologia e da genética que conseguimos aumentar a eficiência sem ampliar áreas, garantindo renda ao produtor e segurança alimentar à população. Isso fortalece a economia regional e contribui para um Mato Grosso mais próspero”, disse El Hage.

A CST foi requerida pelo primeiro secretário da ALMT, deputado estadual Dr. João (MDB). Ela tem como objetivo discutir e propor soluções para o aprimoramento genético da raça zebuína no estado. A câmara foi instalada no dia 17 de março e tem 180 dias para entregar um relatório.

Fonte: ALMT – MT

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Projeto do governo que delimita desconto de empréstimos consignados é aprovado em segunda votação

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Os deputados estaduais aprovaram nesta quarta-feira (11), em segunda votação, em três sessões ordinárias, o Projeto de Lei 976/2025, a Mensagem 72/2025 do governo do estado, que dispõe sobre limites e condições para as consignações em folha de pagamento dos servidores públicos civis e militares, ativos e inativos, e seus pensionistas, e se aplica a todos os Poderes e órgãos autônomos do Estado de Mato Grosso.

O projeto, aprovado com Substitutivo Integral número 1, foi entregue no Parlamento pelo governador em exercício, vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e tramitou com pedido urgência, urgentíssima.

“Foi boa a vinda do governador na Assembleia. Ele conversou com os deputados, apresentou o projeto de lei tirando a taxa que o governo cobra, que já era uma proposta feita aqui na Casa, inclusive do deputado Wilson (Santos), e garantindo que recurso da previdência, 10%, possa ser usado para empréstimo, com uma taxa mais barata, como a taxa limite para empréstimo”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB).

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O projeto aprovado diz que “a margem consignável, para consignações facultativas, não poderá ultrapassar 35% da remuneração líquida mensal do servidor, na forma de regulamento”. O artigo 3º cita que “fica terminantemente vedada, a partir da publicação desta Lei, a abertura de margem consignável para operações de cartão de crédito e cartão benefício de consignação e outros congêneres”.

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O artigo 4º do PL observa que “as operações de consignações em folha de pagamento de todos os Poderes e órgãos autônomos do Estado de Mato Grosso somente poderão ocorrer por consignatárias que sejam instituições financeiras regularmente constituídas e autorizadas pelo Banco Central do Brasil para atuarem como Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos, Bancos Cooperativas, Cooperativas de Crédito e a Caixa Econômica Federal, entidades de previdência complementar e seguradoras do ramo de vida integradas ao Sistema Financeiro Nacional, operadoras de planos de saúde regulamentadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Mato Grosso Saúde, na coparticipação e sindicatos e associações exclusivamente de representatividade de classe dos servidores do Estado de Mato Grosso, exceto na modalidade mensalidade”.

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Já o 5º, destaca que “para execução do sistema de consignações no Estado de Mato Grosso, a partir da data da publicação desta Lei, fica vedada ao Poder Público a cobrança de taxas, tarifas e a realização de descontos em favor de qualquer órgão ou entidade da Administração Direta ou Indireta” e o artigo 6º cria “a Ouvidoria Interinstitucional Especializada de Consignações, responsável por recepcionar, classificar e encaminhar aos órgãos competentes as reclamações quanto a eventuais irregularidades ou descumprimentos contratuais nas consignações averbadas em folha de pagamento, sem prejuízo do exercício das suas competências, especialmente no âmbito da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013”.

Fonte: ALMT – MT

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